terça-feira, 1 de dezembro de 2009



II Formação com a professora Isabel - UNB em Salvador-Ba.

Caderno de um dos cursistas: proposta de atividade com o texto "Cidadezinha Qualquer" de Drummond.






Orientação aos grupos.



Cursista produzindo a capa do esboço de Portfólio.





Dinâmica da Flor.




















Dramatizando uma situação socio-comunicativa.











Em um dos momentos de oficina.

REFLEXÕES




No contexto em que vivemos, onde tudo acontece e é divulgado com tamanha rapidez, os profissionais de educação cada vez mais se vêem pressionados a se atualizarem; é preciso estar “antenados” com os acontecimentos, com a história, com a vida.

Todos os dias novas descobertas são realizadas, a evolução cientifica e tecnológica envolve a cada um de nós ainda que não percebamos instantaneamente. E nós que trabalhamos como educadores, nos vemos envoltos em um turbilhão de informações, é preciso ser macro, compreender que estamos inseridos em um “todo” e que este “todo” evolui continuamente.

Neste sentido, falar em “Formação Continuada” é falar sobre consciência de existência e da necessidade de se manter inserido no desenvolvimento sociocultural do mundo. É, sobretudo, participar ativamente do processo de evolução dos seres. Não dá mais para se dizer “ser formado”: somos seres em contínua construção. A participação de cursos de Formação Continuada sinaliza a necessidade de crescer, de conhecer, reconhecer e fazer a diferença; promover momentos de reflexão sobre os conhecimentos que já temos e construir novos conceitos; é o fazer e refazer da história, é reconhecer-se integrante do processo mais dinâmico do mundo: a vida.

Enquanto educadora reconheço que durante muito tempo, a educação pareceu estar imóvel, tanto que era comum sabermos de professores que ao longo de toda a caminhada de trabalho manteve um único caderno de plano, sendo isso a sua bíblia: entrava ano e saia ano e o mesmo, desenvolvia as mesmas estratégias, as mesmas atividades e as mesmas avaliações. Mudavam os alunos, mas permanecia a mesma dinâmica como se todos fossem iguais, agissem e reagissem da mesma forma.

Atualmente, tal postura é inadmissível. Educar, cada vez mais exige dinamicidade, compromisso, atualização, criatividade e visão de mundo. Neste sentido, o GESTAR II - Gestão da Aprendizagem Escolar, formação continuada para professores de Língua Portuguesa e Matemática vem ao longo de sua realização, propiciando aos seus cursistas, momentos ímpares de estudo, reflexão e revisão da prática.

Realizado em modalidade semi-presencial, o GESTAR, nas Oficinas presenciais, propicia aos cursistas a realização de discussões sobre temas recorrentes em suas aulas; estes momentos são privilegiados pela colaboração e enriquecimento dos colegas que socializam experiências e trocam idéias, tornando as “oficinas” dinâmicas. Este é um momento muito por muitos que se sentem sós em suas Unidades Escolares, as quais, quase sempre não contam com a presença de coordenadores pedagógicos para orientar o trabalho, realizar momentos de estudos e coordenar a realização de projetos que valorizem e explorem o potencial dos educandos, favorecendo o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias a inserção social.

É prazeroso receber as avaliações, quando protegidos pelo anonimato, nossos cursistas expõem o quanto foi bom participar das “oficinas”, reencontrar colegas, compartilhar idéias, realizar atividades e principalmente perceber-se em grupo; não obstante é revigorante ouvi-los dizer que o programa alia verdadeiramente a teoria à prática e que eles próprios se surpreendem com a participação dos alunos nas atividades propostas pelos TP – cadernos de teoria e prática.

Ao relatar a realização dos “Avançando na Prática”, fica evidente o crescimento não só do professor como também do alunado. É que neste momento o cursista tem a oportunidade de adequar as atividades a realidade da sua clientela e aprofundar abordagens. Também é neste momento que os educandos respondem ao Programa, tal afirmativa é comprovada quando ao final das atividades é realizada uma avaliação e em sua maioria os educandos demonstram prazer em ter realizado-as, e expressam o desejo de que o professor venha a realizar outras atividades no estilo da que concluíram.

Quando nas “oficinas” são realizados os momentos de relato de experiência, é fascinante perceber o brilho nos olhos dos professores ao relatarem como foi realizar o “Avançando” e como foi positiva a participação e interesse dos educandos, se em algum momento anterior haviam dúvidas sobre a eficácia e importância do Programa e sobre Formação Continuada, aqui percebe-se a receptividade à Proposta, pois a gratificação de receber dos educandos a gratificação por participar de aulas que propiciam momentos de criatividade aliadas a reflexão sobre o uso efetivo da língua é enorme, contagiante.

Falo destes momentos com a certeza de que as sementes são lançadas e que em terras férteis, germinam por todas as Unidades Escolares em que tivemos e temos cursistas; efetivamente ter um “GESTALEIRO” em ação faz a diferença.

II FORMAÇÃO COM A UNB EM SALVADOR

Na segunda formação da UNB com os professores formadores do Estado da Bahia, realizada em Salvador na semana de 03/08 a 07/08/2009.

Aprendi que:

Ouvindo acrescento muito mais a minha bagagem,
Participando colaboro com o “silêncio” dos demais,
Atuando acresço ao Programa,
Criticando enriqueço-o, na tentativa de sanar falhas,
Colaborando, compartilho conhecimentos adquiridos,
Interagindo, estabeleço relações de amizade,
Cooperando, alio forças para atingir objetivos,
Dedicando-me, faço minha parte,
Oferto minha parcela,
Contribuo para chegarmos a um padrão de qualidade na educação,
Como o beija-flor, faço a diferença.

OFICINAS

GESTAR II – LÍNGUA PORTUGUESA
RELATO DAS OFICINAS


Dia 29 e dia 30 - Realização da oficina Introdutória.

Objetivo da oficina:
Apresentar o programa GESTAR II através do estudo do Guia Geral.

Acontecimentos importantes:
Os cursistas foram recepcionados com um cartão contendo mensagem de Fernando Pessoa, sugerindo renovação de hábitos e comportamentos. Apresentou-se o roteiro de planejamento da oficina. Fez-se a dinâmica da árvore, com o objetivo de apresentação pessoal dos cursistas e de assinalar metaforicamente a importância deles dentro do programa. Apresentou-se o programa em sua estrutura, pilares e objetivos. Em seguida, entregou-se o material e fez-se um estudo dirigido em grupo das principais informações pertinentes ao programa, com socialização e sistematização. Explicitou-se o objetivo da oficina e então se procedeu à avaliação da oficina. .


25 a 27 – Realização da oficina da SUPAVE na DIREC 08.

Objetivo da oficina:
Discutir as etapas e a elaboração de um projeto.

Acontecimentos importantes:
Fez-se a acolhida para a oficina com a leitura e reflexão do poema “Renova-te” de Cecília Meireles, seguindo-se um momento de sensibilização com a dinâmica “A viagem”, para então se fazer um momento de estudos sobre Pedagogia de Projetos, embasados nas idéias do Professor Nilbo Ribeiro Nogueira, sobre como proceder à realização de um projeto pedagógico. Assim feito, deu-se a socialização do conteúdo abordado e a subseqüente sistematização de inferências relevantes ao estudo. Oportunizou-se aos cursistas simularem, de forma sintética, a elaboração de um projeto pedagógico.


Dia 20/08 - Realização da oficina de “projetos”

Objetivo da oficina:
Discutir as etapas e a elaboração de um projeto.

Acontecimentos importantes:
A oficina iniciou-se com a leitura e reflexão do poema “Renova-te” de Cecília Meireles, logo a seguir fizemos uma viagem imaginária para refletirmos sobre as dificuldades que encontramos para realizar alguns sonhos e projetos de vida e sobre a importância das escolhas que fazemos, foi muito interessante o momento em que fizemos uma relação dos sonhos com os projetos pedagógicos que serão elaborados e desenvolvidos com as demais pessoas da escola em que se trabalha, especialmente, com os educandos. Após a viagem, a turma analisou em equipes as etapas de um projeto, segundo os estudos do professor Nilbo Ribeiro. Após a leitura em grupo fizeram a socialização, momento em que foram feitas algumas citações de outros estudiosos que tratam do tema. Os cursistas, ainda em equipe, fizeram a simulação de um projeto, na qual citaram um problema da escola e uma temática para o projeto e discutiram sobre as ações que poderão ser desenvolvidas se o projeto for realizados em suas respectivas escolas.


Dia 03/09 - Realização da oficina do TP 03 Unidade 10

Objetivo da oficina:
Caracterizar os gêneros textuais.

Acontecimentos importantes:
A oficina teve início com a leitura de “classificados poéticos” de Roseana Murray, para discutirmos sobre os gêneros textuais, a seguir apreciamos vários textos expostos na sala para discutirmos sobre “O que são textos e o que são gêneros textuais”. A discussão teve a participação de todos, cada um dando sua contribuição sobre o assunto. Analisamos as características de alguns gêneros, as possibilidades de hibridismo e transmutação de gêneros textuais, segundo as abordagens de Marcuschi e Ingedore Villaça. Em equipe, os cursistas observaram alguns “avançando na prática” e as sugestões das AAA. Apontaram os pontos interessantes de cada atividade sugerida no momento da socialização. Observamos também, o quadro sinóptico sobre tipos e gêneros textuais para uma breve discussão. Depois das apresentações, os cursistas receberam as orientações de como deverão realizar as atividades em sala de aula e o relato que deverão fazer para compor o portfólio.


Dia 17/09 - Realização da oficina de Avaliação

Objetivo da Oficina:
Discutir sobre as formas de avaliar, suas implicações e resultados no processo de ensino e aprendizagem, e analisar o sistema de avaliação do SAEB – Prova Brasil e ENEM.

Acontecimentos importantes:
No momento de acolhimento da oficina, foram entregues cartões com o poema “Receita de Olhar” de Roseana Murray, e após a leitura do mesmo, os cursistas foram provocados a falar sobre o olhar que trouxeram para oficina e sobre a concepção de currículo, buscando assim, mobilizar os conhecimentos prévios do grupo em relação a avaliação e currículo. Dando seqüência apresentou-se slides das idéias defendidas pala SEC sobre concepção de currículo e avaliação, foi discutida a impossibilidade de se falar em avaliação sem conceber currículo, e cada cursista teve oportunidade de falar sobre suas expectativas e angustias ao avaliar seus alunos e quando são avaliados Este foi um momento de muita interação e troca de experiências, sendo encerrado com a leitura e reflexão do texto de Denise Pelegrini “ Avaliar para ensinar melhor.”
Apreciamos, também, slides que abordavam os tipos de currículos, tipos de avaliação, o que são as avaliações internas e externas e sua importância na educação. A participação dos cursistas em todas as atividades foi muito significativa, pois todos buscavam se envolver nas discussões e nas atividades propostas.
Analisamos os tópicos e descritores da Prova Brasil e as habilidades do ENEM. A turma foi dividida em equipes para analisarem os itens das avaliações externas verificando a relação com cada descritor; surgiram muitas dúvidas sobre como são elaborados esses itens, a matriz de referência e como trabalhar levando em consideração os descritores. Após a sistematização do conteúdo, o grupo considerou este estudo uma importante ferramenta para o direcionamento do trabalho em sala de aula. As sugestões foram de que, ao planejarem suas atividades, o docente busque estratégias que favoreçam o desenvolvimento dos educandos através da aquisição dessas habilidades, mas não apenas nas séries que realizarão as avaliações externas e sim em todas as demais, porque o que se pretende não é trabalhar as questões da prova, mas que se promova o crescimento do discente.

Dia 01/10 – Realização da oficina do TP 4

Objetivo da Oficina:
Sistematizar e aprofundar reflexões sobre letramento, vivenciando situações de leitura e escrita.

Acontecimentos importantes:
Fez-se a acolhida para a oficina com a leitura e reflexão do poema “É preciso ler” de Almir de Medeiros, seguida da reflexão do mesmo, e logo após entregou-se o diário de bordo o qual foi construído ao longo da oficina com inferências sobre o assunto abordado; seguindo-se tivemos o relato de experiência, um momento muito rico, pois foi sobre a aplicação do primeiro avançando na prática e os cursistas se encontravam ansiosos em compartilhar seus sucessos e também suas frustrações, considerando que muitos encontraram dificuldades devido ao calendário escolar e suas muitas atividades na escola, de forma geral, a maioria demonstrou grande prazer em realizar o avançado; dando seqüência a oficina, debruçamo-nos sobre a música de Chico Buarque – Meu Caro Amigo, este foi um momento muito rico e de grande participação por parte dos cursistas, considerando o casamento história, música, literatura e letramento; dando seqüência realizamos a formação de grupos pelas cores das cópias da música entregue, e os grupos foram orientados sobre a realização de uma apresentação de uma situação sócio-comunicativa, momento este de grande participação e integração dos grupos e também de reflexão sobre as situações apresentadas; complementamos o momento com a leitura do texto de referência e logo em seguida analisamos os avançandos, deixando a sugestão de realização destas atividades bem como as do AAA do TP 4; prosseguindo, os grupos foram orientados sobre o planejamento de uma atividade didática com o texto “Cidadezinha Qualquer”, após a socialização das atividades realizadas, fez-se a sistematização do conteúdo abordado na oficina; fizemos o chamamento para a oficina sobre Portfólio e encerramos com a socialização e entrega do diário de bordo.

Dia 08/10 – Realização da oficina de Projeto / Portfólio

Objetivo da Oficina:
Possibilitar aos cursistas uma reflexão sobre Portfólio como um procedimento de avaliação, bem como subsidiá-los no processo de construção desse instrumento.
Analisar os Ante-Projetos, de acordo com os critérios de Avaliação.

Acontecimentos importantes:
A oficina iniciou-se com a leitura e reflexão de uma frase de Alexander Graham Bell, logo a seguir realizamos a dinâmica da flor e fechamos o momento com apreciação da música Tocando em Frente e tecendo reflexões sobre o momento, as dificuldade sentidas e as inferências que foram realizadas; seguimos com a fundamentação teórica e propomos a atividade em grupo, confecção do esboço de um portfólio das oficinas realizadas. Assim feito, deu-se a socialização da atividade realizada e a subseqüente sistematização de inferências relevantes a esta. Oportunizou-se aos cursistas simularem, de forma sintética, a elaboração de um portfólio.
Prosseguindo nossas atividades, foi aberto espaço para a socialização dos projetos que serão realizados nas unidades escolares, neste momento os cursistas apresentaram suas temáticas aos demais, salientando a importância desta para sua comunidade. A oficina foi concluída com a avaliação realizada de forma a propiciar um momento de reflexão sobre os relatos que realizamos dos avançandos, pois convidamos os cursistas a relembrarem todas as etapas da oficina, fazendo uso do roteiro.


Dia 22/10 – Realização da oficina do TP 5

Objetivo da Oficina:
Compreender a noção de estilo e como se constrói a coerência nos textos.

Acontecimentos importantes:

O TP 5 que teve por tema Estilo e coerência textual, foi uma oficina leve que proporcionou a participação de todos e propôs a reflexão sobre a forma como os estilos são abordados na produção de texto; foi possível trabalhar a coesão de forma prática e sugerir um trabalho dinâmico com a utilização de recursos disponíveis aos cursistas, favorecendo seu crescimento e principalmente ao desenvolvimento dos educandos.


Dia 12/11 – Realização da oficina do TP 6

Objetivo da Oficina:
Refletir sobre os tipos de argumentação e identificar estratégias relacionadas ao planejamento de escrita de textos.

Acontecimentos importantes:
O TP 6 – unidade 22 por tema Argumentação e planejamento de escrita, propiciou aos cursistas refletir sobre os tipos de argumentos utilizados em um texto; principalmente trouxe à tona uma discussão sobre modelos pré-estabelecidos de escrita e/ou formulas prontas; foi satisfatório ao final da oficina receber as avaliações com vários depoimentos afirmando discordar sobre a existência de tais formulas, pois durante toda a discussão foi sinalizado que na realidade o que existe são estratégias para o planejamento da escrita.

Dia 19/11 – Realização da oficina do TP 1

Objetivo da Oficina:
Discutir as variantes lingüísticas: dialetos, registros e equívocos.

Acontecimentos importantes:
A oficina foi iniciada com a apreciação musical da música “na internet” de Gilberto Gil e a sensibilização através do texto Declaração de Amizade, usado na oficina anterior para chamada desta; após estas etapas fizemos uma breve reflexão sobre os falantes destes textos e suas situações sócio comunicativas; dando seqüência fez-se a divisão de grupos e propôs-se a realização de uma atividade em que cada grupo deveria responder a uma dada situação de acordo a personagem recebida: criança, professor, lingüista, madrinha (advogada) e mãe de uma criança estigmatizada em sala por falar de forma distinta ao grupo, esta atividade favoreceu a reflexão sobre as variantes e a forma como estas são tratadas; prosseguimos com a fundamentação teórica e após esta, os cursistas elencaram atividades do TP e do AAA que contemplassem as diversas variantes lingüísticas. Na sistematização foram citados teóricos como Bagno que abordam o tema de forma a contemplar questões importantes para esta discussão e os cursistas tiveram oportunidade para refletir sobre diversas situações, muitas vezes de exclusão que são criadas por um acontecimento sociocultural.


Dia 26/11 – Realização da oficina do TP 2

Objetivo da Oficina:
Discutir as concepções de gramática, tipos de ensino e análise lingüística.

Acontecimentos importantes:
A oficina foi iniciada com a entrega e leitura de cartão com o poema “Criação”; nas paredes foram fixados vários cartazes com reflexões de autores literários sobre a gramática, estes nos inseriram na abordagem sobre o tema desta oficina. Em seguida, apreciamos a música “Morda a minha língua” da Eliana Printes e conversamos sobre o que a letra nos sugere; a partir desta os cursistas foram convidados a conceituar GRAMÁTICA, e assim abordamos sobre os tipos de gramática e os tipos de ensino, relacionando-os e formando grupos a partir destes; neste momento refletimos sobre nossa prática, sobre que tipo de ensino tivemos e que tipo de ensino queremos ofertar, foi um momento rico de contribuições; partimos então ao estudo do texto de referência e os grupos realizaram a socialização deste a partir de cartões com questões ligadas ao texto; para complementar realizamos a atividade de analise do texto de um aluno, nesta os grupos fizeram sugestões de correção para o texto, na maioria optaram por priorizar a correção ortográfica, utilizando dinâmica de agrupamentos e o uso do dicionário, entre outros; prosseguindo foi realizada a sistematização pelo formador e realizada a proposta de jogo rápido em que os grupos receberam um pequeno texto para ser montado de acordo a orientações, foi mais um momento de descontração pois todos empenharam-se para cumprir com a atividade de forma competitiva.

domingo, 5 de abril de 2009

MEMORIAL

Descobrir-me leitora e produtora assim...

A mesa retangular ao centro e a sua volta os bancos de madeira, aos meus olhos, de menina, grandes, imensos, me distanciavam da professora, digo, Dona Edite! Ainda posso senti o pavor provocado por suas auxiliares: a palmatória e a régua, e ela sempre imponente sentada à cabeceira da mesa a nos olhar, ou seria vigiar, enquanto tomava-nos a leitura ou passava caderno a caderno as atividades que levaríamos para casa. Naquele tempo aprendíamos a ler tendo por livro o “ABC”, recordo-me do pedaço de papel com furo no meio para leitura do alfabeto, é que tínhamos que sabê-lo salteado (de frente pra traz e de traz pra frente); a nossa volta o quintal cheio de plantas, no qual não podíamos brincar, na lateral o beco de acesso a rua e ali, logo ao lado, o tão sonhado grupo escolar.

Pequena, não entendia porquê não podíamos estudar no Grupo Escolar, lá sim tinha muito espaço...

Hoje depois de algum conhecimento adquirido, sei que minha alfabetizadora seguia a linha tradicionalista. Repetíamos calorosamente o b com a, ba; b com e, be; b com i, bi; b com o, bo; b com u, bu; passávamos do ABC para as Cartilhas com os tão falados textos: “Vovô viu a uva”, e assim íamos aprendendo a decodificar e codificar o mundo escrito, repetindo veementemente tudo o que víamos e ouvíamos.

Não sei em que momento, comecei a compreender o que lia e escrevia. Recordo-me que mudei de escola, esta sim poderia ser considerada uma “escolinha”, nesta aprendi a cantar, a brincar e vagamente me lembro que ouvíamos histórias, inclusive recordo que em meio à lista de materiais constava o pedido de um livro, o nome? Não lembro. Tem tanto tempo... Engraçado que ainda hoje canto para meus alunos e sobrinha músicas que aprendi nesta fase. A memória humana é mesmo um prodígio!

Tempos depois fui para o Grupo Escolar... Que sonho!

As turmas sempre muito cheias. Lembro-me de um colega chamado Wasghinton que distoava dos demais por já ter seus 14 anos, enquanto nós tínhamos, na maioria 9 e cursávamos a 2ª série. Minha professora se chamava Paula, era muito bonita, lembro-me dos seus cabelos louros bem ralinhos e da pele clara, muito clara... ao termino do ano, muito decepcionada com o resultado da turma, disse que preferia trabalhar com os pequenininhos e como no ano seguinte abriria o pré-escolar na escola, ela decidiu que nunca mais trabalharia com alunos de nossa idade, e assim foi.

Não me lembro de como trabalhávamos a questão da produção de texto, mas hoje como professora, sinto o mesmo sentimento da professora Paula quando ao término de uma produção leio o texto dos alunos e percebo que eles não atingiram os objetivos esperados.

Certo é que minha memória deletou parte do processo de ensino que tive, não lembro como ou quando comecei a escrever, também não lembro de atividades de compreensão textual; de muito remexer no baú da memória lembro que os livros traziam questões de interpretação vagas, do tipo que as respostas estão todas ali, no texto, e em que não precisamos pensar muito pois não nos perguntavam o que pensávamos.

Superado o primário, seguíamos para o ginásio. Uauuuuuuuuu!!! O GI-NÁ-SIO!!!

Os tijolinhos vermelhos da construção do colégio tecnicista eram minha paixão, toda a construção me encantava. As salas amplas, o pátio interno, a quadra, o campo, a lagoa, as salas de jardinagem e técnicas comerciais, a horta e ela, a BI-BLI-O-TE-CA. Penso que definitivamente, me descobri ali. As estantes cobertas de livros para todos os gostos, revistas em quadrinhos, romances, enciclopédias, dicionários. Fechando os olhos ainda sinto o prazer de entrar naquele recinto, lembro-me com carinho da bibliotecária e também do espelho imenso, que tomava toda a parede ao fundo da sala. O mural sempre a destacar o nome daqueles que mais liam durante o mês.

Ao tornar-me sócia da biblioteca, descobri um novo mundo; ainda hoje tenho as fichas com o nome dos livros que li, e, saudosa que sou, adquiro os livros da Coleção Vivi Pimenta de autoria de Ganymédes José; nossa! Que viagem!!! Ria sozinha das aventuras da Vivi e sua turma, e assim de livro em livro, aventurava-me por paises, estados, cidades, mundos diversos e sem perceber contribuía com a formação de uma nova leitora, pois enquanto eu ia para a escola minha irmã mais nova, lia-os também.

Paradidáticos? Não sabíamos que os livros que adotávamos recebiam este nome, mas por unidade tínhamos a tarefa de ler um livro escolhido pela professora e em seguida respondermos à ficha de leitura deles; eu detestava esta parte, mas fazer o que? Ler e responder, caso contrário ficava sem uma das notas. O primeiro foi um sacrifício, mas adquirido o gosto pela leitura eu queria mais, muito mais e sempre recorria à professora de português para que me indicasse outros títulos; assim li entre muitos os clássicos Vidas Secas, O Quinze, Iracema; não porque a professora exigisse, mas porque eu queria.

Mal sabia eu que enquanto lia, aprendia, desenvolvia não só a leitura e a compreensão, mais também contribuía com minha escrita. Nunca fui CDF, não gostava de sentar a frente, tirava poucos dez, mas tinha espírito de liderança; encabeçando as discursões, disputando a liderança da sala e participando do grêmio estudantil, percebo hoje claramente que grande parte disso se deu pelo saudável hábito da leitura.

Escrever naquela época simplificava-se na RE-DA-ÇÃO de inicio de ano contando sobre “As Férias”, nas quais muitas vezes mentia-se por falta do que contar; ou nos temas “Minha Mãe”, “Meu Pai”, “O que vou ser quando crescer”; não me recordo de ter estudado detalhadamente nenhuma tipologia e/ou gênero em específico, não trabalhávamos com jornais, panfletos, memoriais, e as revistas só eram lembradas quando precisávamos fazer alguma pesquisa e/ou recortar gravuras, quando muito para retiramos palavras enquanto estudávamos sobre as classes gramaticais.

Analisando minha trajetória estudantil percebo que nunca tive vontade de exercer o magistério, na verdade fiz o curso porque o destino me impulsionou para ele, mas esta é outra história... Porém sempre acreditei que devemos fazer bem as tarefas a que nos dispuzermos e que a competência para fazer vem com a responsabilidade com que abraçamos as causas em que acreditamos e eu verdadeiramente acredito na educação como ferramenta de mudança, de transformação, melhoria.

Atualmente a preocupação com as leituras que se desenvolve nas escolas é constante, por mais acesso a livros e recursos audiovisuais, por mais que a tecnologia tenha avançado não evoluímos no tocante a cultura do “ler”, nossos jovens em sua grande maioria tem uma enorme “preguiça intelectual”. Não descobriram o prazer de ler, não criamos em nossa sociedade ambientes que propiciem este tão saudável hábito; em comparação com paises europeus em que comum se faz os Cafés Literários, Salas de Leitura, Bibliotecas Públicas, em que ler em Praças Públicas é corriqueiro, nos quais desenvolve-se comumente pesquisas em áreas diversas e estas são divulgadas instantaneamente por jornais, revistas, sites. Ficamos a margem do desenvolvimento cultural e desesperadamente, nós professores, lutamos tentando reverter este quadro.

Outro dia surpreendi-me admirando um rapaz que sentado no chão do final de corredor em uma livraria, deliciava-se lendo uma obra, desejei imensamente ter em mão uma câmera para registrar aquele momento precioso, a cena permanece em minha memória intacta. Em outro episódio lembro-me emocionar quando trabalhando com turmas das séries iniciais uma aluna presenteou sua amiguinha de sala com uma coleção infantil; atos tão banais mas que em nossa sociedade são únicos, inestimáveis.

Hoje a escola corre contra o tempo. Busca-se apresentar o máximo de leituras possíveis e explorar a produção escrita, contudo são raros os trabalho que expressam significado, ainda pagamos um preço muito alto por não dominarmos o mundo gráfico; e continuamos escravos do fantasma da escrita, infelizmente as frases “não sei escrever” ou “ me dá um branco” são comuns aos nossos alunos. E eu me lembro que ainda que não soubéssemos sobre tipologias e gêneros textuais arriscávamos fazendo diários, cadernos de confidências, mandando bilhetinhos de amor, escrevendo poesias para nossos amores impossíveis ou simplesmente fazendo agendas. Nossas produções tinham significado sim, foram importantes, marcaram toda uma geração e ajudou a formar os profissionais que hoje, arriscam-se no mundo das letras, das palavras ao texto, és-me aqui!




segunda-feira, 9 de março de 2009

Intitulado Rayo de Luzz, este blog tem fins educativos e de interação pois neste pretendo postar dinâmicas, relatos, reflexõs sobre minha profissão; inicialmente sugerido pela formadora Isabel - UNB , com a intenção de postagem de portfólio referente a formação do GESTAR - Bahia - Programa Gestão da Aprendizagem Escolar, agora também passa a ser uma forma de interagir com muitos outros profissionais.
Espero exercitar a aprendizagem de forma salutar com quantos queiram e se interessem pelos temas aqui abordados.